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sábado, 24 de maio de 2014

Espaço Homenagem Viva: [ Herculano Alencar... ]






Homenagem Viva











Encasulado
Herculano Alencar
Piripiri - PI


Eu sou, como um átomo em fusão,
um poeta a implodir lirismo
nas cercanias do obscurantismo,
forjando rimas da contradição.

Eu sou um muro de lamentação,
que guarda as angústias confessadas
das almas tíbias e desencarnadas,
que se flagelam pela vida em vão.

Eu sou, como um casulo de ilusão,
sutil metamorfose do que sinto.
Não tenho bússola! Sou o labirinto
em que vagueia o só em solidão.












Adeus
Herculano Alencar
Piripiri - PI


O adeus é o gérmen da saudade,
que brota e floresce, e ganha o mundo.
Ele enraíza tanto, e tão profundo,
que mata pouco a pouco a liberdade.

Todo adeus tem um quê de majestade
que avassala um coração fecundo:
Semeia, rega, e guarda no fundo
os grânulos do amor e da maldade.

Que desabrocham juntos, e se vão...
até que a vida imerja , à metade,
em sua mais profícua servidão.

Desfaz-se, da razão, a insanidade!
E, de insanos súditos, se vão...
juntar a novo adeus nova saudade.












Amor retirante
Herculano Alencar
Piripiri - PI


Na bagagem, o amor leva saudade:
Lençóis umedecidos pelos prantos!
Leva seus beijos, que não foram tantos,
pois que só leva beijos de verdade.

A mala do amor é a soledade!
Um matulão que nossa dor teceu
ruído pelas traças do adeus
e embolorado pela piedade.

Na partida o amor é retirante!
Um nômade, nas trilhas da esperança,
atrás de um porto em mares ondulantes.

Navega dia e noite e não se cansa
de embarcar no porto um novo amante
que o acompanhe em sua eterna andança.












Teus lábios
Herculano Alencar
Piripiri - Pi

Lábios que o desejo enseja,
enquanto fala, enquanto beija,
pois que são carne, pois que são vida.

Lábios que até Deus duvida
serem reais ou pura fantasia
de si mesmo, ou de sua cria.

Lábios, leito de magia,
que me acalma e me atiça,
como lençóis de areia movediça.

A submergir o meu desejo,
enquanto o teu encanto me enfeitiça,
fico refém, alucinado, do teu beijo.












Velho amigo
Herculano Alencar
Piripiri - PI


Somos antigos, amigo!
Amigos de antigamente,
do copo de água ardente
honestamente bebido.

Amigos de embriaguez,
parceiros de fé e álcool,
artista dum mesmo palco,
d'outra platéia, talvez!

Amigos de livro e crença
na justiça que sonhamos,
no que junto nós somamos
e nas nossas diferenças.

Somos antigos, amigo!
Amigos de hoje em dia,
co'a mesma filosofia,
ligados ao mesmo umbigo.

Tamanha sobriedade,
que só boêmios conhecem:
Os dias que amanhecem
descortinando a verdade.

A mesma antiga verdade,
conservada na cachaça,
que faz parecer de graça
a nossa velha amizade.












Amor cativo
Herculano Alencar
Piripiri - PI


Se eu amei? Amei-a até a morte!
Amei, ainda amo, e amarei!
Amei como escravo e como rei.
Amei co'a tibieza de um forte.

Bem sabes tu o quanto eu amei.
Aquele amor que morre e não termina,
que roda o coração [qual bailarina],
que mata sem viver fora da lei.

Se eu amei? Amei mais do que pude!
Hoje eu peço ao bom Deus que me ajude
e me livre do andor antes que eu morra.

Pois se não ficar livre desse amor,
é muito mais provável se supor
que o Pai me feche a tranca da masmorra.










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