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sábado, 16 de novembro de 2013

Espaço Divulgação 22 - [José Airton de Almeida Neto... Nelson Eduardo Klafke... Ivonita Di Concilio... Cláudia Fernanda de Camargo Ferreira... Lucas Santos... Rachel dos Santos Dias... Elieder Corrêa da Silva...]






Espaço Divulgação

[ ... A poesia em ação... ]
[ ... Aqui você é bem recebido[a]... ]










Da mesma fé
José Airton de Almeida Neto
[ Airton Neto]
Natal - RN

Condenas-me pela descrença em Deus,
Mas não percebes que, na prática, acreditamos
Na mesma coisa, com nomes diferentes.
Porque, se não for o amor e a compaixão, meu caro,
Não sei o que há de salvar este mundo.











Amantes
Nelson Eduardo Klafke
Porto Alegre - RS

Era neles o amor
de uma ternura tanta,
que nem a santa
reparou no despudor.

A música que se ouvia
era obra de anjos,
sedutores arranjos,
sublime fantasia.

O cheiro dos amantes
beirava o profano.
Tudo muito humano.

A manhã veio antes
de qualquer descanso.
Da eternidade, um passo.













Velho Álbum
Ivonita Di Concilio
São José - SC

Hoje resolvi olhar o passado:
velhas cartas, fotos bem antigas,
frases rabiscadas em papel amarelado.
Trechos de uma vida
- pedaços da alma...
lembranças dos que se foram
recordações de lugares.
Vejo uma foto querida,
eu menininha de tranças
num coreto da pracinha
onde aos domingos tocava
uma gostosa 'bandinha'.
Igualmente amarelada encontro,
outra foto que eu guardava
- como pode coisa dessas...
Já mocinha e sem tranças
com maiô de duas peças!
A família reunida nos 70 da vovó
aperta o coração
lembrando cada sorriso
até quem fotografou
a constatação é triste
- ficamos minha irmã e eu...
de todos pouco sobrou.
Folheio a página seguinte
prá não chorar quem morreu
encontro a turma da escola
cada qual com um sonho
será que aconteceu?
Mas como éramos lindas
- mesmo as feias eram belas...
Todas tinham esperanças
era a idade da ilusão
nada nos 'encucava', então.
Mais adiante, outra emoção
uma jovem segura uma boneca.
Não! Meus olhos se embaçaram
- não é uma boneca, não;
é minha primeira filha!
Amo-te filha e nem sabes quanto.
Nada como um álbum
prá fazer-nos viajar.
Sem certificar as datas
lembramos das marcantes, também:
- meu único rebento chega
ano 58 - em pleno campeonato
- tudo girava em torno do fato
mas meu filho [ainda bem]
não ficou com o nome de Pelé
nem Didi - embora o pai tentasse...
Como que prevendo a sua meta
encontro a caçula - hoje arquiteta
'reformando, muito concentrada'
o bolo do primeiro aniversário.
Volto a folhear o meu passado.
E junto às fotos encontro
cartões 'garatujados' dos três
- Dia das Mães, Páscoa, Natal
boletins de escola, alguns recados
carinhosos e até desaforados.
Nossas vidas eu guardo, afinal
num velho álbum já amarelado.














Rumo
Cláudia Fernanda de Camargo Ferreira
[ Heloisa Armanni ]
Dois Córregos - SP

Preciso encontrar um rumo.
Uma forma de lhe dizer que não é possível mais.
Que o coração desencantou.
Que a pele não arrepia como antes.
Que os feromônios não aguçam.
Que as cantadas não atiçam.
Foi tudo muito bom.
Mas, foi-se.
Como pipa ao vento, foi ao ar.
Sem rabiola a segurar as varetas.
Sem sustentação que me mantivesse presa.
Desprendi-me de tal forma
Que nem as lembranças encantam.
É você estranho para minh'alma.
Uma estranheza sem tamanho saiba disso.
Não há mais por que.
Não há quê que dê um salto, ao menor olhar.
Os telefonemas eu deixei de atender.
As cartas eu não leio mais.
Os 'e-mails' apago todos.
Sem o menor 'click'.
Passou como vendaval.
Fez varrer meus pensamentos.
Confundiu-me de mim mesma.
Todavia, eu me reconstruí.
Com a ferocidade de um tigre em meio à selva.
Busquei nas coisas suas guardadas na gaveta
Algo que me fizesse ficar.
Mas, não.
Não encontrei nada de grande valia.
Contudo, também deixou de valer...
Ao ver você suspirando, sozinho.
Sinal que não era eu mais seu suspiro.
Então, fui me redescobrindo.
Sentindo minha pele perfumar-se novamente.
E hoje a sinto toda cheirosa.
Sem seu estímulo para tal.
A questão não é ficar.
É querer ficar.
E esse querer não floriu mais minh'alma!
Não sustentou mais as sensações.
Talvez seja hora de dar passagem ao raiar do dia.
De ir buscar brilho em outro sol.
Não que seu astro-rei não brilhe.
Mas, não me ilumina na mesma intensidade de antes.
Não me aquece mais.
E eu preciso de calor!
Sou movida a pulsar de sentimentos.
E os nossos já não criam mais raízes.
Mofaram em meio às águas sujas.
É preciso reciclar.
É preciso deixar as janelas abertas, renovar os ares.
É preciso que eu me recolha,
Que eu me afaste.
Para que você compreenda
Que não mais lhe faço parte.
Pertenço a mim.
Não mais aos seus quereres tortos.
Preciso que compreenda isso.
Por bem.
Por ser mais fácil.
Para evitar transtornos.
Para que continuemos os traçados.
Para que saibamos dar continuidade.
É preciso que você compreenda.
É preciso que você siga.
Para que eu consiga seguir, também.
Sem remorso, sem piedade.
Sem maiores preocupações.
Sem futuras frustrações.
O amor não encantou mais.
Mas, não é preciso deixar de acreditá-lo.
É preciso apenas fazer-se reciclar.
Para continuar crendo piamente no poder da troca de olhares.
Não nos completamos mais.
Contudo, a felicidade está à porta,
À espera do convite.













Coração aos cacos...
Lucas Santos
Diadema - SP

Com sua essência em frangalhos,
Buscava motivação...
Aspirava recompor seu coração.












Amor secreto
Rachel dos Santos Dias
Campinas - SP

Escreverei a você sobre meu amor,
mas não lhe darei os versos.
Deixarei que dispersos e esquecidos
eles só sejam sentidos em meu interior.
Já não tenho o direto de os expor.

Direi que o quero tanto e tanto,
o quanto suporta o meu coração,
farto de tanta solidão!
Direi que já não espero, embora quero
e ainda desejo amar.

Afinal, para que escrever sobre o que amo
se meu limite não permite dizê-lo?
Muito embora eu tenha uma ilimitada
capacidade de amar e gostar...

E me sufoco de amor, porque te amo,
mas na impossibilidade calo e já não clamo...












Que sei eu?
Elieder Corrêa da Silva
[ Elieder Gomes ]
Quatro Barras - PR

O sabiá sabe, sabiamente
da primavera.
E canta, canta tristemente
a música da espera.
A ave migratória sabe
do tempo e migra aos bandos.
Eu? Bem... Eu não sei de nada.
Quem me diz coisas são:
o sol, a lua, as estrelas,
o rádio... Meu corpo, meus sentidos!
E, principalmente meu tolo coração
que me engana comumente...









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