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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Espaço Homenagem Viva - [Antônio Lázaro de Almeida Prado]...





Homenagem Viva



Lição de poesia
Antônio Lázaro de Almeida Prado
Piracicaba - SP

Aprendi com a poesia:
Amar é servir.
Saber e sabor
Não conquistam
Os [que se julgam]
Nascidos para
Serem servidos.



 

Neste rio de meus sonhos
Antônio Lázaro de Almeida Prado
Piracicaba - SP

Neste rio de meus sonhos, nado, atento,
Em lúcido delírio, em claro êxtase,
E busco, na imersão, a prova viva
De que nele, ao perder-me, é que me encontro...
Nele me vi, qual aprendiz de asceta,
Unido, mas distinto, e, comparado,
Atleta de meus ritmos ousados,
Impondo bela ordem a meus caprichos.
Nele me vi, num lance aventuroso,
Parceiro do tremor, que te domina,
Simétrico do caos e da indigência.
Ao capricho das ondas desmedidas
Impus este meu ritmo liberto,
Que sonha, quanto mais estou desperto...





Construção
Antônio Lázaro de Almeida Prado
Piracicaba - SP

Envolver o Mundo
Em abraço estreito
Como se meu peito
Com vigor fecundo
Fosse todo efeito
De um amor profundo.
Abraçar a Vida
Com total ternura
Como se de pura
Luz impressentida
Fosse a tessitura
[sem taxa ou usura]
por todos fruída.
Construir a Terra
Sementeira farta
Que o pão reparta
Onde não se encerra
Onde não se enterra
Fruto, ciência ou carta,
Como quem se aparta.
Entoar um Canto
Alegre, jocundo:
Bem, de todo mundo
Bem, que não se oculta
Bem, que não insulta
Bem que não se enterra
Mas que abraça a Terra.




Prefiro
Antônio Lázaro de Almeida Prado
Piracicaba - SP

Prefiro o brilho solar
Ao lácteo clarão da lua.
A lucidez de um olhar
Por tudo paira e flutua.

O que passou deixar estar,
Afasta toda amargura:
A vida, amplo bazar,
Faz-se de fel e doçura.

Possa teu olho tocar
A realidade mais dura:
À luz mais límpida e pura
Tudo assume o seu lugar.

Assim, a vida a pulsar
Em tua retina atua,
E te convida a amar
O mar, o sol e a lua.




Exercício do amor
Antônio Lázaro de Almeida Prado
Piracicaba - SP

Voar, tão forte e tão alto,
Pairar, altivo e distante,
Domar a fúria do instante
Banir distâncias, num salto,

Mirar, num lance, o horizonte
Fundir o átimo e o eterno,
Juntar, impetuoso e terno,
Fogo, ar, a terra e a fonte,

Colher a cor e a espessura
De toda forma nascente:
Dar-lhe o timbre da ternura.

Doar a todo vivente,
Sem preço, paga ou usura,
Puro amor, onipresente.




Invenção da alegria
Antônio Lázaro de Almeida Prado
Piracicaba - SP

Há quem cultive a dor,
Eu invento a alegria.
De todo o meu amor,
Que vale mais que o dia,
Quero legar a história,
Quero deixar ao vento
[sem ais e sem lamento]
Uma justa memória
E enxuta fantasia.

Há quem celebre a morte,
Eu festejo a alegria.
Por graça ou por esporte
Ou mesmo por mania,
Quero inventar a vida,
Quero o melhor caminho
Doar a meu vizinho
Como a melhor partida
De sonho ou de poesia.

Há quem festeje o pranto,
Eu invento a alegria,
Razão maior do canto,
Antes que a cotovia
Arquive o nosso idílio,
Cancele o meu futuro,
Razão maior do puro
Clarão deste meu círio
Votado à alegria.





Sinfonias possíveis
Antônio Lázaro de Almeida Prado
Piracicaba - SP

Trago dentro de mim harmonizados
Muitos sons e canções, que não componho,
Tão vibrantes, coesos, concertados
Que enformam a textura de meu sonho.

Cantigas de ninar, trovas do povo,
Trinados matinais na voz dos ventos,
Capazes de gerar um canto novo
Capazes de aplacar dor ou lamentos.

Na força destes sons me fraternizo
Com a imensa harmonia do universo
Que moldo neste som claro e conciso.

E do instante pungente ou adverso
E de todo o sofrer me imunizo
No resgate eficaz de rima e verso.



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